Boletim de Conjuntura Econômica 12 – nov/dez 2020

O PIB apresentou crescimento de 7,7% na comparação do terceiro trimestre de 2020 contra o segundo trimestre de 2020, considerando a série com ajuste sazonal indicando uma lenta recuperação da economia brasileira.

Os setores mais afetados pela pandemia da COVID-19 no segundo trimestre apresentaram o maior crescimento no trimestre atual, reflexo da volta das atividades frente a um período de fechamento. Esse crescimento é insuficiente para retomar o patamar de atividade pré pandemia; portanto, a queda da demanda agregada ainda indica muitas incertezas macroeconômicas e impedem que novos negócios (investimentos) sejam construídos. Observa-se também que a política fiscal expansionista de combate ao Covid parece ter recuado. Mesmo com um nível de atividade econômica baixo quando comparado ao período anterior à crise do Covid, há pressões inflacionarias geradas principalmente pelo aumento de preços dos alimentos, atingindo mais a população de baixa renda (embora a meta de inflação de 4,5% em 2020 tenha sido atingida).

Este aumento parece estar associado a um fator microeconômico derivado da crise do Covid: com a quarentena (mesmo que parcial) há uma maior permanência nos lares e assim o consumo de alimentos diários nas residências se amplia. Como não há muitos substitutos próximos para os itens principais da cesta básica (arroz, milho etc.) a demanda destes itens de consumo se amplia. E, como a oferta dos mesmos não se ampliou na mesma velocidade, ocorre o aumento dos preços.

É importante também considerar que parte expressiva desta oferta de alimentos da cesta básica é exportada e a desvalorização cambial traz impactos na internalização dos preços cotados internacionalmente. O quadro da economia brasileira pode ser resumida no baixo dinamismo econômico associado a uma baixa demanda agregada, reduzindo a arrecadação tributária, mantendo elevado o desemprego e ampliando espaços para o trabalho informal; o custo do crédito muito elevado mostra que a redução da Selic não chegou satisfatoriamente até os consumidores e produtores; o perfil da dívida pública, concentrado em pagamentos de juros e serviços da mesma, compromete a ampliação de gastos públicos fundamentais para a recuperação econômica (tais como com investimentos em infraestrutura, gastos sociais, manutenção do auxílio emergencial, etc).

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